No coração do Vale do Ribeira, o antigo Hotel Maré Alta, em Ilha Comprida, tornou-se um símbolo do abandono e de mistério. Conhecido popularmente como Hotel Mal-Assombrado no Vale do Ribeira, o prédio, que já foi um destino turístico nos anos 80, hoje está em ruínas, causando preocupação entre moradores e turistas.
Fundado em 1984, o hotel foi inspirado na arquitetura de um navio, oferecendo luxo e conforto aos visitantes. No entanto, há cerca de 20 anos, o local foi abandonado, e desde então, relatos de perigo e histórias assustadoras começaram a surgir.
Atualmente, o mato alto, as paredes pichadas e os riscos estruturais transformaram o antigo ponto turístico em um espaço perigoso. A prefeitura monitora a área e estuda medidas para garantir a segurança do local e da comunidade.
O Hotel Maré Alta foi inaugurado em um período de crescimento turístico em Ilha Comprida. A cidade, com suas praias de 74 km de extensão, sempre atraiu visitantes em busca de paisagens naturais e atividades de lazer. Nesse cenário, o hotel se destacou por sua arquitetura única e suas instalações sofisticadas.
Selma Pires Medeiros Barbosa, ex-funcionária do hotel, lembra com saudade dos tempos áureos. “Era um hotel muito chique, com salão de festas, sala de jogos e um restaurante enorme. Recebíamos turistas e até artistas famosos”, conta. Para ela, trabalhar no hotel foi uma experiência marcante, acompanhando de perto a ascensão do estabelecimento.
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No entanto, o luxo deu lugar ao abandono. Com o tempo, o hotel perdeu sua clientela, e as portas foram fechadas. A partir daí, começaram a surgir rumores e histórias que alimentaram a fama de mal-assombrado.
Os moradores relatam que o abandono do Hotel Mal-Assombrado no Vale do Ribeira começou por volta dos anos 2000. Desde então, o local tornou-se alvo de pichadores, acumulou lixo e passou a ser frequentado por moradores em situação de rua. O criador de conteúdo Paulo Bergamo, que visitou o hotel recentemente, afirma que as condições são alarmantes.
“Já ouvi várias histórias sobre o motivo do abandono, mas o que preocupa mesmo é o estado físico do lugar. Há risco de desabamento, e entrar ali é perigoso”, comenta.
A fotógrafa Monica Novaes, que costumava levar turistas para explorar o hotel, também parou de frequentar o local. “O mato está alto, tem animais perigosos, e a estrutura está comprometida. Não é seguro”, alerta.
Além dos problemas estruturais, as lendas urbanas ajudam a manter viva a fama de Hotel Mal-Assombrado no Vale do Ribeira. Entre as histórias, há relatos de sons misteriosos e aparições dentro do prédio. Para Monica Novaes, que explorava essas histórias em seus tours fotográficos, o mistério era um atrativo a mais.
“Durante os passeios, eu criava narrativas que brincavam com o mistério do lugar. Isso atraía turistas curiosos, mas hoje, com o estado atual do hotel, é muito perigoso continuar com essas visitas”, conta.
Essas histórias, combinadas ao cenário sombrio, continuam alimentando o imaginário local. No entanto, o foco agora está na segurança e nas ações que a prefeitura deve tomar para impedir que o local continue oferecendo riscos.
A Prefeitura de Ilha Comprida afirmou que está tomando providências para interditar o Hotel Mal-Assombrado no Vale do Ribeira e aplicar sanções aos proprietários. Segundo a administração municipal, a Defesa Civil será acionada para realizar uma análise técnica do prédio.
De acordo com a prefeitura, o local também é monitorado pelo Controle de Vetores, que realiza ações de combate a pragas e doenças, como a aplicação de larvicidas. A orientação é clara: a área não deve ser visitada. “Estamos adotando todas as medidas possíveis para garantir a segurança da população”, declarou a prefeitura em nota.
Ainda não há informações sobre o que será feito com o hotel a longo prazo. Entretanto, a expectativa dos moradores é que o local seja recuperado ou, ao menos, que sua situação atual não represente mais riscos.
Para os moradores de Ilha Comprida, o estado de abandono do Hotel Mal-Assombrado no Vale do Ribeira é motivo de preocupação e tristeza. Além dos riscos físicos, o local representa uma perda simbólica para a cidade, que já foi conhecida por atrair turistas para um dos hotéis mais imponentes da região.
Selma Barbosa, que acompanhou o auge do hotel, lamenta a situação atual. “É triste ver como tudo acabou. O hotel fazia parte da nossa história, e agora só restam ruínas”, diz.
Enquanto isso, o criador de conteúdo Paulo Bergamo acredita que o local poderia ser reaproveitado de alguma forma. “Se fosse restaurado, poderia voltar a ser um ponto turístico, mas, do jeito que está, só traz problemas”, opina.
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