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Cinco anos após atirar contra jovem por empinar moto, policiais vão a júri popular

Jovem de 24 anos levou um tiro na cabeça e não resistiu, morrendo no local

Fagner Vieira
Por: Fagner Vieira Fonte: G1 Santos
27/02/2024 às 09h32
Cinco anos após atirar contra jovem por empinar moto, policiais vão a júri popular
Foto: Reprodução Redes Sociais

Um ferrador de cavalos de 24 anos foi assassinado com um tiro na cabeça por um policial militar em Itariri, no Vale do Ribeira, em 2019. O crime aconteceu após a vítima empinar a moto em uma rodovia. O PM que atirou e seu colega de farda serão julgados pelo tribunal do júri. A defesa dos acusados pode recorrer da decisão. 

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Segundo a acusação do Ministério Público, o jovem Aelson Maurício da Silva Júnior estava parado e de costas para os policiais, quando um deles disparou contra ele. O tiro causou traumatismo cranioencefálico e a morte imediata do rapaz. O MP alega que ele não teve chance de defesa e que os PMs mentiram sobre as circunstâncias do crime. 

O juiz Thiago Dantas, da comarca de Itariri, aceitou a denúncia do MP e determinou que os dois policiais sejam levados a júri popular, formado por cidadãos comuns. Um dos PMs tem um agravante por ser o autor do disparo. Ele está afastado da corporação por outro processo. O outro PM continua trabalhando normalmente. 

A mãe de Aelson, Sirlene Garcia da Silva, disse que está aliviada com a decisão, mas ainda teme pela impunidade. “Eu não tenho certeza de que eles serão presos. Se forem, vai ser a melhor notícia. Pelo menos, não vão fazer o que fizeram com meu filho com outro inocente […] Foi a pior coisa que aconteceu na minha vida”, afirmou. 

O caso  

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Aelson era ferrador de cavalos e trabalhava com o tio no bairro Raposo Tavares, em Itariri, no dia 23 de maio de 2019. Ele saiu da casa de um cliente, onde havia arrumado as ferraduras de um cavalo, e empinou a moto na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Ele foi perseguido por uma viatura da Polícia Militar Rodoviária. 

De acordo com testemunhas, ele voltou ao bairro e parou em uma praça, pedindo aos policiais que não atirassem. Mesmo assim, ele foi baleado na cabeça por um dos PMs. Ele foi socorrido por enfermeiras da Unidade de Saúde local e pelo Samu, mas não resistiu. 

Após o crime, familiares e amigos de Aelson fizeram protestos na rodovia, pedindo por justiça. Meses depois, a Polícia Civil concluiu que o PM que atirou cometeu homicídio e indiciou ele e seu parceiro de trabalho. O caso foi encaminhado à Justiça, que agora decidiu pelo júri popular. 

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