PETAR, ou Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, fica no interior de São Paulo, quase na divisa com o Paraná. O destino é procurado por viajantes que adoram a adrenalina, pois as principais atividades são visitar interiores de cavernas, cachoeiras subterrâneas, trilhas, rios e ecoturismo. A seguir, confira um guia de visitação da maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil.
Onde fica o PETAR
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) fica em São Paulo, entre as cidades paulistas de Apiaí e Iporanga, quase na divisa com o Paraná. A principal porta de entrada é Iporanga, que fica a 320 km da capital e bem pertinho de Curitiba, a 185 km.
Como chegar
A melhor maneira é de carro, sendo as rodovias Régis Bittencourt e Castelo Branco as alternativas para quem sai de São Paulo. Já as cidades de Jacupiranga, Barra do Turvo e Ribeira são os caminhos para quem sai de Curitiba. A primeira opção é a mais indicada, devido às boas condições da estrada, mas é mais longa. As outras duas contam com curvas e estradas de terra.
Quem sai de São Paulo pode utilizar ônibus, as viações Intersul e Transpem fazem o trajeto. Você terá que parar em Eldorado ou Apiaí e pegar outro transporte rumo a Iporanga, como um ônibus da companhia Princesa dos Campos.
Independentemente da sua escolha de rota, priorize ir de carro. Você precisará de transporte para ir de uma atração para a outra, mesmo porque existem parques próximos, como o Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Cananéia), o Parque Estadual de Intervales (Ribeirão Grande) e o Parque Estadual de Jacupiranga (Eldorado). Todos fazem parte desse conjunto de Unidades de Conservação.
História do PETAR
Antes mesmo do PETAR existir, a natureza sempre esteve naquele espaço, com suas mais de 350 cavernas, fauna e flora. Foi somente em 1958 que o Governo de São Paulo criou o decreto do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), local com a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil. Tanto que é uma Unidade de Conservação e Patrimônio da Humanidade reconhecida pela Unesco.
A Fundação Florestal e a Secretaria de Meio Ambiente de SP administram os parques. Com o tempo, a região do entorno – principalmente as cidades de Iporanga, Apiaí e Registro – foi se adaptando para receber turistas. A simplicidade e o rústico estão estampados em todos os lugares, como pousadas, restaurantes e atrações. Já as aventuras prometem subir a adrenalina de qualquer viajante.
Como funciona o PETAR
As principais atrações do PETAR são as cavernas. O visitante pode conhecer 12 delas, que são separadas em 4 núcleos: Santana, Ouro Grosso, Caboclos e Casa de Pedra. A mais procurada é a Santana, mas a Ouro Grosso também conta com estrutura para cursos, palestras e alojamentos para grupos escolares.
Para entrar, é preciso pagar ingresso e ter um guia credenciado, autônomo ou com agência. Viajar com a agência pode ser uma ótima pedida, pois o ingresso já estará incluso no pacote.
Normalmente, os passeios começam em trilhas e seguem para as cavernas, cachoeiras e atividades de ecoturismo, como boia cross, escalada, rapel e tirolesa. São 35 mil hectares de Mata Atlântica preservada, então a conexão com a natureza é constante.
Como visitar o PETAR
É preciso estar preparado(a) para se aventurar, afinal, você vai conhecer cavernas e fazer diversas trilhas. Ou seja, esse passeio pede uma dose de atenção, então confira as dicas e informações que prometem te ajudar no planejamento:
Ingresso do PETAR: o ingresso custa R$ 19 para entrar nos núcleos Santana, Caboclos e Ouro Grosso. Maiores de 60 anos e menores de 12 anos não pagam, já os estudantes pagam 50% do preço mediante comprovação.
Guia: além do ingresso, é preciso contratar um guia. O próprio parque indica guias e agências com diversas opções de serviços, inclusive pacotes. Acesse o site para saber mais informações.
Segurança: o PETAR pode ser perigoso se você estiver sozinho(a) e, por isso, é importante a contratação de guias. Além disso, fique atento(a) às pedras e dentro das cavernas, pois você pode escorregar. Também tome cuidado para não pisar em um animal peçonhento ou até mesmo se afogar.
Melhor época para visitar: o clima da região é instável, mas, entre abril e novembro, é comum estar seco, contribuindo para um passeio mais seguro e sem surpresas. Já em dezembro e março, é comum chover bastante, então as estradas de terra que conectam atrações podem se tornar perigosas, principalmente para atolamentos. A temperatura varia entre 15 ºC e 28 ºC, mas sempre leve um casaco com você, pois pode ser frio ao sair de rios.
Quantos dias ficar no PETAR: para visitar o interior das 12 cavernas, seriam necessários 15 dias. Muitas agências oferecem pacotes a partir de 3 dias, sendo o tempo ideal para se hospedar pela região.
Restaurantes: as pousadas são os locais mais procurados para refeições, pois costumam oferecer café da manhã, almoço e jantar. O Mangarito Bar e Restaurante está no Bairro da Serra, oferecendo panquecas e drinks deliciosos. O restaurante da Pousada da Dona Diva é um local para comida regional. O Restaurante Casarão tem um toque rústico e charmoso. Outra opção são Pastelaria da Zeni e Tucks Cantina, esse último em Apiaí.
O que levar: é obrigatório o uso de tênis, camiseta e calça para fazer as atividades. Além disso, leve itens comuns de viagens de aventura, como protetor solar, boné, roupas que podem molhar, um sapato de borracha, lanterna com bateria elétrica, repelente, mochilas pequenas, água e disposição para muita adrenalina.
Normas de visitação: agendar a visita é essencial, pois cada monitor pode guiar no máximo 8 pessoas e os intervalos para cada grupo entrar nas cavernas é de 20 ou 30 minutos. Além disso, todos devem preencher uma ficha com os principais dados na portaria dos núcleos ou no quiosque dos guias.
Como você notou, o PETAR é um destino voltado para quem está acostumado com viagens de aventura e ecoturismo. Entretanto, iniciantes conseguem aproveitar o passeio, pois os guias facilitam bastante.
O que fazer no PETAR
Além das cavernas, prepare-se para fazer trilhas, visitar cachoeiras e praticar diversas atividades de ecoturismo. A seguir, conheça as principais atrações que são dignas de entrar no seu roteiro:
1. Cavernas no Núcleo Santana
As cavernas que fazem parte do núcleo são Santana, Morro Preto, Caverna do Couto e Água Suja. A caverna mais bonita do PETAR é Santana, com salões de estalactites e estalagmites perfeitas. O tempo de caminhada para chegar até a caverna é de 5 minutos, mas no interior você levará mais de 2 horas.
Segundo estudos, o Morro Preto foi lar do homem primitivo; a caminhada externa dura 15 minutos e a interna dura 1 hora. A Caverna do Couto também possui a mesma duração na parte de dentro. Por fim, a Água Suja guarda uma cachoeira subterrânea, onde é possível se refrescar. Para chegar até lá, é preciso fazer a trilha do Rio Betari, com 40 minutos de trajeto.
2. Cavernas no Núcleo Ouro Grosso
A caverna principal desse núcleo é a do Alambari de Baixo, devido à entrada gigantesca e um rio no interior. Prepare-se para encarar uma caminhada de 40 minutos e percorrer 2 horas de muitas rochas.
Outra caverna desse núcleo é a Laje Branca, procurada principalmente por aventureiros de rapel. A de Ouro Grosso conta com uma sequência de cachoeiras e poços profundos, por isso, é importante ter ajuda de uma corda para fazer o trajeto de 2 horas pelo interior.
3. Trilha até a Caverna da Casa de Pedra
A Caverna Casa de Pedra é considerada o maior pórtico do mundo pelo Guiness Book, com cerca de 250 m. Não é possível visitar o interior até que seja feito um Plano de Manejo Espeleológico. Assim, só é permitido fazer a trilha com duração de 3 horas. Apesar disso, vale a pena conhecer as exuberâncias da atração. A Caverna Cristal é outra desse núcleo, com formas magníficas por dentro.
4. Cavernas no Núcleo Caboclos
Considerado o primeiro núcleo criado no PETAR, que se destaca por um camping no interior. As cavernas são Pescaria, Teminina e Desmoronada, essas duas últimas com acesso por uma caminhada de 2 horas. A que deve obrigatoriamente entrar no seu roteiro é a Desmoronada, que atravessa uma montanha e chega a uma abertura conhecida como Vale da Ilusão. Pague uma taxa de R$ 12 para entrar e mais R$ 18, se quiser acampar.
5. Cachoeiras
A cachoeira principal é a do interior da Caverna Ouro Grosso, mas há outras espalhadas pelo PETAR e são acessadas por trilhas. A Cachoeira das Andorinhas tem 35 m e o acesso é pela Trilha do Rio Betari, no Núcleo Santana. Ali do lado, está a Cachoeira do Betarizinho ou Beija-Flor, com 45 m.
A do Couto tem 5 m e o acesso é por uma pequena trilha de 5 minutos. A das Arapongas é a maior do parque, sendo preciso pagar R$ 5, pois se trata de propriedade particular. A do Sem Fim também custa R$ 5 e conta com 3 pequenas cachoeiras juntas. Por fim, a Cachoeira Sete Reis está no Núcleo Caboclos, onde é possível visitar a Maximiano.
6. Boia Cross e Duck no Rio Betari
A Trilha do Rio Betari é a principal no PETAR, pois leva até a Piscina Natural do Betari, um local para mergulhar e relaxar a mente. Contudo, os que gostam de adrenalina podem fazer atividades de ecoturismo, como o Boia Cross – dizem que esse passeio aquático nasceu no PETAR na década de 70.
Além disso, o Duck é uma atividade em que os viajantes deitam em um bote inflável e navegam pelas correntezas. O guia levará você até locais onde estão os equipamentos e o preço pé é de R$ 30 por pessoa.
7. Escalada, rapel, cascading e tirolesa
Ao contratar guias ou agências, não se esqueça de perguntar sobre a possibilidade de fazer escalada, rapel, cascading ou tirolesa. O rapel é realizado em paredões e em bocas de cavernas, já o cascading é feito em cachoeiras. A Caverna do Ouro Grosso é o local para os escaladores.
Por fim, a tirolesa é rústica e o local onde ela costuma ficar é o Rio Betari. Para escalada, rapel e cascading, o preço chega a ser R$ 100 por pessoa, mas é possível comprar pacotes.
8. Caverna do Diabo
Essa atração fica nas redondezas do PETAR, no Parque Estadual de Jacupiranga, em Eldorado, no km 111. A Caverna do Diabo é uma das maiores do Brasil e do mundo, sendo interessante inserir no roteiro. O ingresso custa R$ 16 para adultos e também é preciso contratar um guia, por cerca de R$ 18.
Prepare-se para fazer uma trilha e visitar o interior em diferentes tipos de roteiro. Além disso, o Parque Estadual da Caverna do Diabo conta com a Trilha da Cachoeira do Araçá e a Trilha do Mirante, de onde é possível observar o Vale do Ribeira. Saiba mais sobre os ingressos no site.
Por fim, confira com os guias ou as agências se as cavernas e as trilhas que você deseja visitar estão abertas para visitação, pois é comum algumas ficarem fechadas por questões de segurança.