A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou a manutenção da proibição da comercialização do creme dental Colgate Total Clean Mint em todo o território nacional. A decisão foi reforçada após a fabricante Colgate-Palmolive desistir de recorrer contra a interdição inicial, determinada em 27 de março, devido a relatos de reações adversas graves em consumidores, incluindo casos registrados no Vale do Ribeira onde moradora ficou com a boca gigante após usar o creme dental.
Os problemas com o produto ganharam destaque nacional após moradora do Vale do Ribeira registrar reações alérgicas severas. Um dos casos mais graves foi o de uma consumidora que desenvolveu edema labial extremo, ficando com os lábios inchados e doloridos após o uso do creme dental. A mulher, residente na região, decidiu processar judicialmente a Colgate por danos morais e físicos.
A Anvisa esclareceu que, embora não tenha determinado o recolhimento compulsório do produto das prateleiras, a venda está proibida em todo o país. A agência suspeita que o fluoreto de estanho, componente ativo da fórmula do creme dental e conhecido por sua ação anticárie, possa estar relacionado às reações adversas em pessoas com sensibilidade à substância.
A Colgate-Palmolive emitiu nota reafirmando que o produto atende a todos os padrões de segurança das agências regulatórias globais, mas reconheceu a necessidade de investigar caso a caso os relatos de consumidores que tiveram problemas. A decisão da empresa de não recorrer contra a interdição foi interpretada como uma medida para agilizar as análises técnicas e colaborar com as investigações da Anvisa.
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A Anvisa emitiu um alerta oficial recomendando que:
Consumidores interrompam imediatamente o uso do produto se notarem qualquer irritação, ardência ou inchaço;
Profissionais de saúde fiquem atentos a possíveis reações bucais em pacientes que usaram o creme dental;
Fabricantes garantam que os rótulos contenham informações claras sobre riscos e instruções de uso adequadas.
Além disso, a agência orienta que qualquer reação adversa seja registrada no sistema e-Notivisa, plataforma oficial da Anvisa para notificações desse tipo. O canal não serve para reclamações sobre devolução de produtos ou questões comerciais, mas sim para monitoramento de efeitos colaterais.