Um morador da cidade de Iporanga, no interior de São Paulo, recebeu a visita inusitada de uma maria-leque-do-sudeste (Onychorhynchus swainsoni), ave rara exclusiva da Mata Atlântica e vulnerável à extinção.
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Kenio Silva Matos, de 48 anos, fez alguns cliques do pássaro no rancho dele, na manhã do último sábado (6). Ele costuma deixar comida para aves, como o beija-flores, que fazem aparições frequentes. Por volta de 11h daquele dia, no entanto, ficou surpreso ao encontrar o animal no chão da casa.
“Estava na sala, no chão. Ficou parado olhando para mim [...]. Achei que era um passarinho simples, normal, porque algumas vezes acontece de pássaro bater no vidro. Quando eu o peguei e saí para ver como ele estava, aí que ele abriu o ‘lequezinho’ da cabeça dele. Me surpreendi, nunca tinha visto um pássaro desses”.
O marceneiro notou que a ave estava um pouco “mole”. Como já tinha visto alguns salvamentos de pássaros na televisão, fez uma massagem no peito do visitante usando o próprio dedo. A maria-leque-do-sudeste começou a se animar e ganhou um pouco de água antes de Kenio fotografá-la.
“Quando ele melhorou, deixei em cima da bancada. Ele ficou um pouquinho. Ele deu até um sorrisinho para a gente. Pareceu tipo um sorriso assim de ‘obrigado por ter feito isso por mim’. E, de repente, saiu voando e foi embora. Graças a Deus, fiz minha parte. Hoje, ele deve estar bem”, afirmou.
De acordo com o biólogo Andreth Oliveira, o macho da maria-leque tem crista vermelha, já a fêmea tem a crista laranja. A ave é exigente em relação às florestas e precisa de uma área bem preservada para habitar.
Podendo ser encontrado a até 800 metros de altitude, nos estados do Sudeste e Sul, o pássaro se alimenta de insetos que pega em pleno voo. Ele está no status de vulnerável à extinção, isto é, no início da categoria de ameaça. “A ameaça é devido à destruição do habitat".
Ele explicou que como a Mata Atlântica foi castigada, a consequência é que essa e tantas outras espécies fiquem vulneráveis.