A onça-parda (Puma concolor), atropelada em Cananéia, região do Vale do Ribeira, litoral de São Paulo, estava grávida de dois filhotes. A informação foi confirmada pelo Instituto de Pesquisas de Cananéia (Ipec), nesta quarta-feira (10), após sair o resultado da necropsia, exame que investiga a causa da morte.
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O acidente aconteceu na Estrada Municipal Prefeito José Herculano Rosa, no dia 28 de março. Segundo a Polícia Militar Ambiental, a corporação enviou uma equipe ao local depois de ser acionada por motoristas que se depararam com o animal desacordado na via.
Os policiais levaram o animal ao instituto, onde constatou tratar se de uma fêmea jovem em estágio inicial de gestação. O Ipec lamentou, portanto, a perda de três animais de uma espécie que já está ameaçada de extinção. De acordo com os pesquisadores, as mortes das onças podem afetar todo o ecossistema.
"Esses animais desempenham uma função vital ao contribuírem no controle populacional de suas presas ou predando animais fracos e doentes", afirmou a instituição, por nota.
O resultado da necropsia constatou que um trauma no crânio da onça, provavelmente causado pelo impacto do atropelamento, foi a principal lesão que a levou à morte. Consequentemente, a perda dos sinais vitais da fêmea afetou o desenvolvimento dos dois fetos.
Além disso, o animal estava com hematomas pelo corpo, fraturas nas costelas e acúmulo de sangue no espaço pleural -- área que contém um líquido que lubrifica e permite um deslizamento de duas camadas do pulmão durante o movimento respiratório.
Em nota, o Ipec afirmou que a onça-parda sofre diferentes impactos decorrentes das ações humanas, como a caça ilegal, perda de hábitat, poluição e atropelamento, o que tem levado a um decréscimo nas populações.
A instituição ressaltou que o caso da onça atropelada não é um caso isolado. Diariamente, outras espécies de felinos e até mesmo gambás, tatus, serpentes, lagartos, roedores e aves, perdem as suas vidas vítimas de atropelamento.