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Grávida é picada por aranha venenosa e tem pele da perna necrosada no Vale do Ribeira

Gestação de moradora de Apiaí (SP) não foi afetada. Ela e a bebê passam bem.

Fagner Vieira
Por: Fagner Vieira Fonte: G1 Santos
04/03/2024 às 11h26
Grávida é picada por aranha venenosa e tem pele da perna necrosada no Vale do Ribeira
Foto: Reprodução Redes Sociais

Uma mulher de 29 anos, grávida de oito meses, foi picada por uma aranha-marrom em Apiaí, no interior de São Paulo. A bacharel em direito Ketisley Freitas Lessa teve parte da pele da perna direita necrosada em decorrência do veneno do aracnídeo. Ela contou que a gestação não foi afetada e a bebê passa bem. 

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Ketisley explicou à equipe de reportagem que foi picada após colocar um tapete, que estava guardado na lavanderia da casa, no chão do quarto. Ela havia acabado de limpar o cômodo e deitou na cama para descansar. Neste momento, viu uma aranha-marrom subir na perna. 

De imediato, a reação dela foi matar a aranha e tirar uma foto para tentar identificar a espécie. Em seguida, mesmo sem sintomas, a jovem foi até o Hospital Doutor Adhemar de Barros, onde tomou um antibiótico e foi orientada a tomar um remédio para dor. 

No dia seguinte, Ketisley começou a ter reações fortes em decorrência do veneno da aranha. Os sintomas eram manchas vermelhas, dores fortes e coceira intensa pelo corpo. Ela foi internada no hospital no dia 9 de janeiro. 

"Era uma dor que irradiava do local da picada e doía no osso. Não conseguia mexer direito e não conseguia andar", explicou ela. 

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Soro antiaracnídico 

De acordo com a gestante, os médicos acionaram o Instituto Butantan e constataram que tratava-se de uma aranha-marrom. Ela afirmou, porém, que não recebeu o soro antiaracnídico. 

Em nota, o Hospital Doutor Adhemar de Barros explicou à equipe de reportagem que a paciente não apresentava alterações no quadro clínico e, por este motivo, não entrou no critério do protocolo do Grupo de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo para receber o soro antiaracnídico. 

Para Ketisley, a maior preocupação era que acontecesse algo com a filha. "Eu fiquei com muito medo e tive crise de ansiedade no hospital com medo de afetar a bebê. Porém, foi feito ultrassom e graças à Deus estava tudo bem", afirmou. 

Depois, Ketisley ficou apreensiva na possibilidade de amputar a perna, que estava com parte da pele necrosada. Os antibióticos conseguiram diminuir e evitar o risco, mas não acabaram com a necrose. Por este motivo, ela está com uma cicatriz. 

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A gestante foi liberada três dias depois da internação, quando o quadro clínico foi normalizado. As dores, porém, continuam na região necrosada da perna. 

"Essa casquinha de cicatriz de necrose é bem profunda. Eu já tentei tirar e não consigo. Ainda dói bastante se encostar nela", finalizou. 

Entramos em contato com o Instituto Butantan, mas não tivemos retorno até a última atualização desta reportagem. 

Aranha-marrom 

O biólogo Daniel Bortone afirmou que aranha-marrom (Loxosceles sp) não é uma espécie agressiva e não consegue picar humanos. "Os acidentes acontecem quando a pessoa espreme a aranha contra o corpo, assim ocorrendo a inoculação [introdução] da peçonha", informou. 

Segundo o biólogo, o recomendado é buscar atendimento médico caso seja picado por qualquer aranha. "Normalmente as pessoas tendem a achar que, por serem pequenas, essas aranhas podem não ser perigosas". 

Bortone ressaltou que a ação causada pela peçonha demora a mostrar os primeiros sintomas nos seres humanos. 

"Quanto antes a pessoa tomar o soro, melhor. O que o acidentado deve fazer é lavar bem o local com água e sabão, beber bastante água e procurar atendimento médico imediatamente. Se possível, levar a aranha em um pote". 

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